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Covid-19: Restrições de liberdade de movimentos devem ser explicadas e respeitar dignidade – OMS

Covid-19: Restrições de liberdade de movimentos devem ser explicadas e respeitar dignidade – OMS

A Organização Mundial de Saúde (OMS) defendeu segunda-feira que as restrições à liberdade de movimentos para conter a pandemia de covid-19 têm que ser explicadas pelos governos e entendidas pelas pessoas, apelando ao respeito pela dignidade e direitos humanos.
Numa conferência de imprensa na sede da organização, em Genebra, o director geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, reforçou o apelo para que as restrições à liberdade movimentos para limitar o contacto social respeitem “a dignidade e o bem-estar” das pessoas, devendo os governos “comunicar a duração” dessas medidas.
O director do programa de emergências sanitárias da OMS, Mike Ryan, reconheceu que essas medidas “aplicadas a toda a sociedade são difíceis e estão a afectar pessoas”, exigindo-se respeito “pelos direitos humanos”, mas destacou que “a alternativa é ainda pior”, ou seja, não as impor é proporcionar ocasiões para contactos sociais que podem propagar o contágio.
“A comunicação e aceitação” destas medidas pelas populações é essencial, notou, defendendo que se as pessoas estão dispostas a “abdicar da sua liberdade de movimentos, precisam de perceber para que o fazem”, salientou.
“É impossível ter restrições de movimentos eficazes sem a adesão da comunidade”, afirmou, reconhecendo que é difícil as pessoas respeitarem-nas porque continuam a ter razões para se deslocar, sejam “económicas, familiares ou outras”.
Os governos devem “comunicar abertamente e de forma transparente” sobre essas restrições, que são “lamentáveis em qualquer situação”, considerou.
Mike Ryan assinalou que só restringir os movimentos é inútil sem “ir atrás do vírus”, o que se faz testando, verificando cadeias de transmissão e tratando as pessoas doentes.
Em alguns dos mais de 200 países já afectados pelo novo coronavírus, restringir os movimentos das populações “é a única maneira que os governos têm” de enfrentar a pandemia.

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