fbpx

Boustani pode se rir dos moçambicanos

Boustani pode se rir dos moçambicanos

As últimas notícias sobre o processo de Nova Iorque, no famoso caso das “dívidas ocultas”, que se seguiu a um processo judicial contra o arguido Boustani por diversos crimes, como a conspiração para defraudar, a conspiração para o branqueamento de capitais ou a lavagem de dinheiro, entre outras acusações, tiveram o veredicto do tribunal, que pode ser considerado um escândalo indecente, o que nos faz pensar que por trás desta montagem mediática e político-económica há algo mais.

Alguém pode pensar ou aceitar que esse indivíduo, organizador e perpetrador principal da fraude, foi absolvido de todas as acusações e que este veredicto não pode ser recorrido para um tribunal superior?

Em suma, é livre e sem qualquer tipo de sanção ou castigo, e pode se rir de todos aqueles a quem denunciou, seja verdade ou mentira, todos os moçambicanos.

Todos pensavam que a justiça americana iria dar-nos uma lição sobre o que deveria transmitir: justiça. No entanto, parece ser mais um elo nesta fraude de “dívidas ocultas”.

É evidente que as declarações do “artista” Boustani visavam envolver tanto quanto possível Moçambique para obter, por um lado, uma sentença favorável e, por outro, impedir que a Privinvest e o grupo Safa fossem reconhecidos como um dos intervenientes principais e essenciais desta farsa  de corruptos.

Durante a audiência, ele denuncia o nosso país como um país de corruptos para justificar os milhões que distribuíram entre alguns moçambicanos implicados nesta trama, mas escondeu que foi ele e a Privinvest ou empresas do seu grupo que distribuíram e transferiram os milhões para os corruptos nacionais, ou seja, eles são os promotores dessa corrupção.

É impossível aceitar que, num negócio de mais de dois mil milhões de dólares, com um Estado, os administradores, os quadros superiores e os membros do conselho de administração da Privinvest não tivessem conhecimento de todo o plano de corrupção organizado na sua própria empresa ou grupos de empresas, em que Boustani participava. Os responsáveis do departamento financeiro, que assinaram as transferências para os “assessores”, facilitadores e toda a cadeia de executivos e políticos envolvidos nesta fraude, não têm nada a dizer.

Acreditam que o presidente ou principal responsável e proprietário da empresa ou grupo de empresas não estariam informados? Sabiam que o Sr. Iksandar Safa, um francês de origem libanesa, é também o beneficiário final da empresa Palomar Energy Holding, entre outras?

Estão a tentar desviar a atenção da enorme responsabilidade da Privinvest e de outras empresas do grupo, dos seus dirigentes e dos responsáveis por este enorme esquema fraudulento, transferindo a sua responsabilidade para os intervenientes de Moçambique de uma forma inaceitável.

A Procuradoria de Moçambique não deveria agir e promover uma acção judicial contra a empresa Privinvest, a fim de apurar responsabilidades, uma vez que é sem dúvida o interveniente necessário e um dos principais nesta fraude e assim poder conhecer a implicação directa dos seus responsáveis, entre outras alternativas?

Agora temos de perceber que estamos sozinhos neste processo complicado, porque não podemos contar com ninguém, nem com aqueles que dizem ser um país democrático e justo, pelo que temos de ter iniciativas que nos ajudem a evidenciar a verdade, toda a verdade acima de qualquer situação adversa.

Já nos esquecemos de que um dos responsáveis pela concessão de crédito do Credit Suisse, o Sr. Pearse, depois de receber ou dispor da sua comissão milionária, foi trabalhar com o Sr. Safa na Privinvest? Foi uma coincidência ou foi tudo organizado anteriormente dentro do esquema desta fraude tripartida?

Quanto dinheiro recebeu Privinvest pelo seu trabalho obscuro no seu envolvimento na estrutura fraudulenta do negócio? Sem dúvida que há demasiados pontos sombrios que não estão a ser esclarecidos. Neste encobrimento, o desempenho bem dirigido deste Boustani, que defende o seu patrão Safa, é de grande importância.

Quem forneceu as transcrições das declarações que apenas beneficiam o plano e os intervenientes da Privinvest?  Transcrições nalguns casos, com palavras ou frases que foram suprimidas ou retiradas das declarações, certamente por não se adequarem aos seus interesses.

Por que razão ninguém, nenhuma autoridade, nem organismo oficial fez algo para esclarecer a intervenção da empresa Privinvest nesta fraude monumental? Por que as autoridades de Abu Dhabi não conduziram uma investigação mínima sobre a empresa Privinvest sediada no seu Emirado? Existe alguma conexão ou interesse de qualquer personalidade Emirada nestas sociedades ou com o Sr. Safa?

Em toda esta teia sombria, seria importante que os bancos informassem, ou fossem obrigados a informar, como foram distribuídos os fundos que forneceram e para quem foram enviadas as transferências, pois este seria o primeiro passo para chegar à verdade deste esquema vergonhoso.

É lamentável que estas instituições internacionais, FMI, Banco Mundial, etc., as autoridades de alguns países, os tribunais e outros órgãos oficiais e algumas embaixadas de países que se gabam de ser um exemplo democrático, praticamente não tenham agido contra os seus bancos, empresas e empresários responsáveis por esta fraude com o mesmo interesse e rapidez com que o fizeram na altura contra Moçambique, nem sequer o criticaram ou comentaram.

Estamos cientes de que um número significativo de políticos de Moçambique, de nível muito alto e outros menos relevantes, estão envolvidos nesta fraude e receberam benefícios económicos por colaborar ou para ficar calados e a Lei deve ser aplicada com firmeza, mas não podemos aceitar ou esquecer que existem outros empresários, banqueiros etc. implicados ao mesmo nível ou mais noutros países, que também devem ser julgados.

Qual o impacto do veredicto do tribunal de Nova Iorque sobre os implicados em Moçambique e o implicado que está na África do Sul?

Se estas pessoas são acusadas dos mesmos crimes que Boustani e se ele foi declarado inocente, talvez os nossos cidadãos devam também ser declarados inocentes.

Talvez a extradição do Sr. Chang, solicitada pelos americanos à África do Sul, já não tenha qualquer peso, pois pode ser que ele seja reivindicado pelos mesmos crimes, dos quais Boustani foi declarado inocente.

Algumas ONG’s entre outros felicitavam-se porque a justiça americana ia ser um exemplo para todos nós. Graças a ela, ia conhecer-se a verdade desta conspiração de ambos os lados.

Esperamos que compreendam o seu erro e comecem a dirigir os seus comentários e pressões para o lado de Boustani, da Privinvest e das suas empresas, do seu proprietário, o Sr. Safa, dos bancos, etc.

Lamentavelmente, temos de felicitar os advogados deste Boustani porque obtiveram, não sabemos de que forma, um veredicto favorável ao seu cliente.

Os cidadãos sentem-se manipulados, porque estão a fornecer-nos notícias orientadas para que os leitores, todos nós, não tenham de pensar. Ou seja, dão-nos notícias já pensadas para impedir-nos de utilizar a nossa mente e os nossos critérios e de chegarmos a conclusões que não lhes interessam ao detectarmos discrepâncias ou simplesmente outra verdade.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *