Foco da Nova Democracia é o Parlamento

O líder do movimento Nova Democracia (ND), Salomão Muchanga, diz que a formação política que lidera não tem interesse, pelo menos nas próximas eleições, em concorrer para a Presidência da República. Segundo Muchanga, a ND vai concorrer apenas nas legislativas com objectivo de assaltar a Assembleia da República, para que esta deixe de funcionar como um “notário” governamental.
“É tempo de devolver o Parlamento ao cidadão, buscando caminhos alternativos para repensar Moçambique. A presença no Parlamento e o seu fortalecimento se afirma como roteiro incontornável, mas negligenciado, e prioridade para a mudança democrática no país”, começou por explicar Muchanga.
Muchanga acrescentou que é o Parlamento que rege o funcionamento do Estado e a vida política, económica e social do país e é aí onde reside o papel e o poder do Parlamento, o qual aprova os programas de governação, o Orçamento e a conta do Estado.
“É o Parlamento que faz leis, resoluções e políticas; é o Parlamento que aprova leis que condenam e libertam o povo; é o Parlamento que confere poder ao Governo para legislar; é ao Parlamento que cabe convocar o Governo para perguntas e respostas sobre questões centrais do dia-a-dia dos cidadãos nos círculos eleitorais”, disse Muchanga.
Entretanto, numa outra abordagem, diz que nas actuais condições, marcadas por um Parlamento infestado com a maldição de disciplina partidária será muito difícil o país almejar um futuro em que todos os cidadãos têm os mesmos privilégios.
“Não é um Parlamento como o que temos hoje que é capaz de tamanha façanha. Não queremos um Parlamento de disciplinas partidárias extremas e insensível aos reais problemas do povo. O nosso Parlamento não pode continuar um mero cartório para carimbar decisões governamentais. Também não pode continuar o esconderijo imunitário de lesa-pátrias e nem cúmplice de dívidas ilegais. Moçambique precisa de um Parlamento que não vai permitir que o povo seja transportado no “my love”, enquanto os governantes nos Mercedes”, disse.