Papa Francisco chega em Setembro para abençoar Moçambique

A deslocação do Papa Francisco a Moçambique está marcada para os dias 04 a 06 de Setembro e é a segunda vez que um Papa visita Moçambique, depois de João Paulo II ter estado no país, há 30 anos.
Na ocasião do anúncio da visita de Papa Presidente Nyusi descreveu a visita como um “marco histórico e uma oportunidade para reforçar a fé do povo moçambicano de lutar pelos seus desígnios de construir um país cada vez melhor, sempre ancorado na paz, harmonia e bem-estar comum”.
“Esperamos que esta visita constitua um momento de inspiração e de alento na luta que os moçambicanos, como um só povo, travam para o seu reencontro e para a construção de uma nação próspera, unida e em paz.” A informação alegrou os moçambicanos e muitos olham como uma “boa nova” visto que, o país tem vivo muitas atribulações desde a ausência da paz efectiva que sempre esta quase a chegar e nunca chega, a decadência da ética e da moral onde se assiste a falta de consideração pela vida humana falta de respeito entre os homens, conflitos com autores sem rostos na província de Cabo Delgado norte do país, direitos humanos colocados em causa pela Human Rights Watch que relata vários abusos contra os direitos humanos, a corrupção enraizada no sector publico, catástrofes naturais cíclicos, entre outros males que enfermam o povo moçambicano e a chegada do Papa é visto com um olhar de esperança sobre todos pontos negativos que assolam este país.
Vários encontros em Moçambique
Ao que se sabe e que já é de domínio público, Papa Francisco manterá vários encontros nomeadamente com entidades oficiais do Estado, corpo diplomático, líderes políticos e religiosos, jovens, confortará doentes e celebrará uma missa para todos os moçambicanos.
No dia de anúncio da vinda do Santo Padre, Presidente Nyusi apontou que a presença do Papa acontece numa altura em que os moçambicanos aprofundam o diálogo permanente como única via para o alcance de uma paz definitiva e poucos dias depois do centro do país ter sido fustigado por um ciclone e inundações, que provocaram elevados danos humanos e materiais. Nyusi sublinhou na ocasião que a o Vaticano tem participado activamente na busca da paz definitiva para o país e semana antes do anúncio desta visita, o Papa orou por Moçambique na sequência da calamidade natural.
“A deslocação do Papa encoraja o país a prosseguir com determinação para a superação das dificuldades do dia-a-dia”, afirmou Filipe Nyusi. Na mesma linha de satisfação e como o olhar de esperança, o encarregado de Negócios da Nunciatura Apostólica em Moçambique, Cristiano Antoniete, disse que durante a visita o Papa vai confirmar a sua atenção relativamente aos ataques de homens armados em Cabo Delgado e solidarizar-se com a população vítima das calamidades.
“Virá confirmar toda a sua disponibilidade para dar seguimento aos intentos da declaração universal dos direitos humanos e em particular trabalhar para o restabelecimento de uma paz efectiva, sólida e duradoira”.
A verdade seja dita, a vinda do Santo Padre a Moçambique é digna de realce mas não é por si só solução a que o país se encontra mergulhado, Papa não vai desarmar a Renamo, não vai mandar prender os corruptos, não mandar parar os ataques em cabo Delgado e muito menos ira em dois dias disciplinar os indisciplinados nas ruas de Maputo são todos assuntos a serem resolvidos de moçambicano para moçambicano. Mas na verdade esta visita é especial e carregado de simbolismo para os católicos e toda uma nação.
No dia 6 de Setembro Para voltará a Roma e os moçambicanos ficaram com os seus problemas e eles tem como antídoto o próprio moçambicano para se sair do marasmo.
Falar de Papa ou da Roma se confunde com Moçambique porque dois anos após a independência nacional conquistada no ano de 1975 o país entrou em guerra civil que só terminou em 1992 com o Acordo Geral de Paz, assinado em Roma a 4 de Outubro, pelo antigo Presidente da República, Joaquim Chissano e pelo presidente da RENAMO já falecido, Afonso Dhlakama, depois de cerca de dois anos de conversações mediadas pela Comunidade de Santo Egídio, uma organização da igreja católica liderada pelo Papa, com apoio do governo italiano. Nos termos do Acordo, o Governo de Moçambique solicitou o apoio da ONU para o desarmamento das tropas beligerantes. A ONUMOZ foi a força internacional que apoiou neste trabalho, que durou cerca de dois anos e que culminou com a formação dum exército unificado e com a organização das primeiras eleições gerais multipartidárias, em 1994, mas este dossier ate aos dias de hoje ainda não esta concluído e apesar de vários entendimentos entre o Governo e a Renamo o assunto desarmamento contínua na ordem do dia, por esta razão se pode dizer que Papa chega em Setembro quando Moçambique a muito precisa de bênção divida. (Carlos Pussik)