Conceito de mão externa é uma das piores invenções que já tivemos

Está na linha da frente duma das mais interventivas organizações da sociedade civil, sempre com palavra a dizer nos processos que se desenrolam. Edson Cortez, Director do Centro de Integridade Pública, deixa a nu, nesta entrevista, as mazelas dos projectos económicos e políticos mais candentes
Quase sempre a acompanhar os processos que mexem no xadrez social, político e económico do país, habituamo-nos a perceber o posicionamento do Centro de Integridade Pública, uma organização da sociedade civil que busca contribuir para a promoção da Transparência, Anti-corrupção e Integridade em Moçambique. Se até um tempo atrás pudéssemos pensar que fosse mais uma, a campanha para o não pagamento das dívidas ocultas desfez a penumbra e a colocou como uma força a ter em conta, num contexto em que a sociedade civil consegue ser um contrapeso a opinião dominante maior do que a oposição dos partidos políticos.
Recentemente, depois da Decisão Final de Investimentos do projecto de exploração de gás da área 1 do Rovuma, o CIP voltou a mostrar o que se deve observar num artigo que parece o puxar da camisa a toda euforia que se podia seguir ao anúncio dos 23 mil milhões de dólares. Colocamos isto em cima da mesa. Mas também abordamos as crises dos partidos políticos. Cortez pensa que a do MDM poderá ter ainda efeitos nas eleições que se seguem; mas acredita que o desconhecimento do pensamento político de Ossufo Momade possa complicar as contas da Renamo, num cenário em que os números do recenseamento colocaram um grande passo nos pés da Frelimo; e olha com reticências a pujança dos partidos que agora surgem. E ainda desmistifica a mão externa que se tem, por hábito, dizer que está por detrás da sociedade civil, categoriza-a como uma das piores invenções que já se viu. E explica porquê.
Entrevista completa no semanário Zambeze desta semana