Protestos contra estrangeiros: África do Sul vive clima de guerra

A polícia da África do Sul prendeu várias pessoas ontem dia 2 de Setembro após uma série de bloqueios de estrada e acções de violência realizadas por camionistas em protesto contra o emprego de profissionais estrangeiros no país.
Em comunicado reproduzido pela AFP, o porta-voz do governo regional de KwaZulu-Natal, Jay Naicker, afirmou que pelo menos 20 indivíduos teriam sido detidos “em conexão com incidentes relacionados aos protestos na indústria de camiões”. Em todo o país, seriam mais de 60 detenções.
A polícia prendeu mais de 60 pessoas na África do Sul após uma onda de protestos e saques relacionados a sentimentos anti-estrangeiros.
De acordo com a polícia, também citada pela agência, 11 veículos bloquearam, no último domingo, a estrada que vai dar ao porto de Richards Bay, um dos mais importantes do continente africano.
Em Joanesburgo, 41 pessoas foram presas depois de uma marcha que reuniu centenas no Distrito Comercial Central e terminou com saques em lojas, carros incendiados e edifícios danificados.
Outras acções parecidas foram verificadas também na província do Cabo Ocidental.
Na última semana, a Human Rights Watch informou que dezenas de motoristas de camiões foram mortos em ataques realizados contra estrangeiros no país desde Março de 2018.
O relatório da organização internacional foi divulgado em meio a um aumento da violência xenofobia alimentada por problemas económicos e pelas altas taxas de desemprego (29%) na economia mais industrializada da África.