Amnistia Internacional insta o Papa Francisco a questionar respeito pelos direitos humanos em Moçambique

A organização não governamental Amnistia Internacional (AI) instou o papa Francisco a ter em conta a “crescente violação dos direitos humanos em Moçambique e Madagáscar” durante a visita que inicia amanhã quarta-feira, 4, àqueles dois países, “A pompa em torno da visita do Papa Francisco representa uma oportunidade para destacar as violações dos direitos humanos em Madagascar e Moçambique”, escreve a vice-directora da AI para a África Austral, Muleya Mwananyanda, num comunicado divulgado segunda-feira, 2. A organização de defesa dos direitos humanos afirma que “o Papa Francisco deve abordar as violações dos direitos humanos nos dois países e lembrar aos líderes que o mundo está a acompanhar” a situação. Mwananyanda considera ainda que “a voz do Papa Francisco sobre violações dos direitos humanos nos dois países pode ser uma ferramenta poderosa para a mudança”, e considera que, no caso de Moçambique, “o assédio a jornalistas deve estar sobre a mesa nesta semana”.
Cabo Delgado
Na nota, a AI lembra que, em Moçambique, “ataques brutais na província de Cabo Delgado por um grupo militante local conhecido como ‘Al-Shabab’ mataram pelo menos 200 vidas e forçaram milhares de outras pessoas a deixar suas casas desde Outubro de 2017. O caso do jornalista Amade Abubacar que “passou quase quatro meses em detenção arbitrária antes do julgamento por relatar os ataques”, é citado também pela organização de defesa dos direitos humanos, lembrando que “ele foi submetido a maus-tratos, incluindo 12 dias em detenção militar incomunicável”. A AI também afirma ter documentado “casos de intimidação, assédio e ameaças contra organizações da sociedade civil, jornalistas locais e qualquer pessoa que critique o Governo”.