Matola terá vala de drenagem para escoamento de águas pluviais
O Conselho Autárquico da Matola vai iniciar, ainda este ano, a construção de uma vala de drenagem para escoamento das águas pluviais que de forma cíclica inundam vários bairros daquele ponto do país. Para a materialização desde empreendimento a edilidade mobilizou 28 milhões de meticais que já estão inscritos no orçamento para o ano 2021.
Matola tem sido um dos pontos da província de Maputo fustigados por inundações urbanas que o vereador das Infra-estruturas, Firmino Guambe, aponta as construções desordenadas e ao longo das bacias de retenção das águas naturais como uma das causas.
Para fazer face a esta situação, a fonte revelou à nossa reportagem que o município mobilizou internamente 28 milhões de meticais para a construção de uma vala de drenagem num local ainda por indicar por equipa técnica.
“Temos uma equipa da nossa Empresa Municipal de Água e Saneamento que está a trabalhar para indicar o local onde exactamente será construída, mas mobilizamos internamente este valor de 28 milhões. Este valor é muito inferior para os nossos desafios, mas vamos começar por um ponto e isto vai ser para este ano porque este valor já está planificado”, afirma.
Com a época chuvosa em curso, Matola atravessa vários desafios, mormente a transitabilidade das vias de acesso, inundações nos bairros, bem como no processo de recolha de resíduos sólidos em algumas zonas.
Firmino Guambe reconhece estes desafios e acrescenta que parte deles derivam do facto de a capital provincial de Maputo estar a ser pressionada pela procura crescente dos munícipes para fixarem as suas residências.
“A cidade da Matola, neste momento, encontra-se a braços com vários desafios, sendo que um deles está relacionado com o aumento da população, de tal forma que as infra-estruturas e serviços que devem ser colocados à disposição dos munícipes têm estado a criar pressão no provimento desses serviços. Isso está associado às limitações que temos sob ponto de vista de recursos para responder à altura daquilo que é a exigência por parte dos munícipes”, começou por explicar.
O vereador acrescentou que “se formos a falar por exemplo na recolha de resíduos sólidos temos estado a registar alguma falha neste processo desde a quadra festiva, de tal forma que tivemos as equipas envolvidas neste trabalho desde o Natal e no fim do ano a trabalhar todos os dias sem nenhuma interrupção. Isso de alguma forma criou uma certa pressão dos meios à disposição da vereação de Salubridade, logo na primeira semana de Janeiro tivemos alguns meios que tiveram que sair da circulação, precisavam de alguma revisão. Temos contentores em que em algum momento o lixo não é colocado correctamente, é preciso colocarmos nos contentores e depois para os camiões”.
Contudo, a nossa fonte disse que como forma de solucionar os problemas na recolha de lixo a edilidade recebeu, esta terça-feira, mais meios para o serviço de recolha de lixo, resultantes de parcerias que tem. Trata-se de quatro camiões basculantes e uma pá escavadora que nos próximos dias serão alocados para os postos administrativos de Infulene e Machava, que neste momento registam maior pressão.
“Temos estado a trabalhar no sentido de alocar mais meios para que possamos voltar ao ritmo normal e acertarmos o nosso passo na limpeza da nossa cidade como era antes da quadra festiva. A partir de hoje contamos com mais quatro camiões basculantes que vão ser alocados nos postos administrativos de Infulene e Machava, e uma pá resultante das parcerias que vamos tendo a nível da cidade para a continuidade dos serviços. Estamos a prever dentro deste plano que traçamos que até ao final deste mês de Fevereiro possamos ter já o ritmo normal, sem atrasos na recolha de lixo”, garantiu.
A nossa fonte mostrou-se preocupada com a atitude de alguns munícipes na gestão do lixo. Segundo ele, o lixo gera fonte de renda para alguns cidadãos e estes em algum momento depositam-no em locais não apropriados.
“Estando a recolher lixo em camionetas o local devia ser a lixeira, mas porque lá existem algumas taxas o que temos observado é que depois de fazerem esse esforço depositam o lixo noutro ponto onde devemos criar condições de ir recolher. A estes operadores podem procurar a vereação respectiva para se calhar beneficiar de isenção porque estamos a duplicar o esforço”, disse.
Transitabilidade das vias de acesso
Outro problema que tira sono aos munícipes da Matola está relacionado com as vias de acesso, sendo que nesta época chuvosa algumas vias são de difícil acesso
“Estamos a falar de algumas vias inundadas e de alguns pontos que não é possível a transitabilidade normal. Continuamos a trabalhar e já temos um empreiteiro a trabalhar na Estrada N4 (Avenida Samora Machel), Avenida Josina Machel, no ponto conhecido como Km15. Esta é uma das vias que ao longo do fim-de-semana registou problemas de transitabilidade e logo em seguida, na segunda-feira, fizemos o trabalho de mapear alguns pontos”, disse.
Firmino Guambe explicou que o município tem estado a trabalhar no sentido de garantir a transitabilidade mas também dar continuidade aos projectos de continuar a ligar estradas, ou seja, de novas construções, assim como a manutenção de vias pavimentadas.
“O empreiteiro que está a trabalhar no tapamento de buracos está no terreno a trabalhar em todos os pontos mapeados. É preciso frisar que continuamos a construir vias novas. Recentemente, aquando das festividades, o presidente do município fez a entrega aos munícipes da estrada que liga à Padaria de Lenha, no bairro T3, numa extensão de 3.25km. Fizemos a entrega da estrada que liga o bairro Patrice Lumumba a São Dâmaso, numa extensão de quatro km. Este desafio visa permitir que haja interligação dos bairros e que possamos transitar de um bairro para o outro na cidade da Matola transportando bens e pessoas”, afirmou.
Igualmente, segundo a fonte, o município tem o desafio de continuar a asfaltar a estrada circular à Mualaze, que já está sensivelmente a 75%, portanto, é uma via de 5.8km e já tem 4.2km asfaltados.
“Algumas vias no decurso do trabalho registam algumas anomalias mas estão sendo corrigidas, estamos também a trabalhar no prolongamento da Avenida das Indústrias, no seu prolongamento, que é portanto a via que sai da Avenida Samora Machel até ao rio Matola, com desvio até ao posto de saúde de Malhapsene. Reconhecemos algum desconforto dos munícipes mas estamos focados na busca de soluções para voltar a ter uma Matola apetecível para os nossos concidadãos”, concluiu.