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Religiosas da Igreja Católica que estavam desaparecidas em Mocímboa da Praia foram encontradas

Religiosas da Igreja Católica que estavam desaparecidas em Mocímboa da Praia foram encontradas

As duas religiosas que estavam desaparecidas há 24 dias na sequência das confrontações entre as forças governamentais e os insurgentes em Mocímboa da Praia, Norte de Moçambique, foram localizadas, disse hoje à Lusa fonte da Diocese de Pemba.

“Elas estão salvas e chegaram à cidade de Pemba no domingo. Embora com estado de saúde debilitado, uma com pressão alta e a outra com malária, mas já chegaram”, disse à Lusa o padre Latífo Fonseca Mateus, da diocese de Pemba.

A fonte não avançou detalhes sobre o que terá acontecido com as duas religiosas, que estavam em Mocímboa da Praia, a pouco mais de 280 quilómetros da capital provincial (Pemba), a prestar a ajuda as populações quando a região foi afetada por ataques sequenciados, entre 05 e 12 de agosto.

“Elas ainda não relataram o que vivenciaram ou onde estavam. Agora estão em Pemba a ter tratamentos médicos e psicológicos”, acrescentou a fonte.

Além da vila sede de Mocímboa da Praia, entre 05 e 12 de agosto, as aldeias de Anga, Buji, Ausse sofreram vários ataques de grupos insurgentes, tendo sido registado um número desconhecido de vítimas, segundo relataram à Lusa fontes ligadas ao exército.

Na noite de 12 de agosto, os grupos armados invadiram o Porto de Mocímboa da Praia e os confrontos com as forças de defesa e segurança deixaram um número desconhecido de mortos, incluindo elementos da Força Marítima.

Várias infraestruturas foram vandalizadas e os confrontos na região prevalecem, estando, neste momento, a vila sede quase que abandonada e as linhas de comunicação interrompidas em Mocímboa da Praia.

Mocímboa da Praia é uma das principais vilas da província de Cabo Delgado, situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projeto de exploração de gás natural conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.

A vila tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março, numa ação depois reivindicada pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, e foi, em 27 e 28 de junho, palco de longos confrontos entre as forças governamentais e os grupos insurgentes.

A violência armada já causou a morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além da destruição de várias infraestruturas em distritos de Cabo Delgado.

De acordo com as Nações Unidas, a violência armada levou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.

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