COVID-19 não afecta motores de crescimento em África

A consultora Boston Consulting Group (BCG) defendeu que a pandemia de covid-19 não afeta os principais motores do crescimento africano e argumentou que a Europa e a África devem fazer uma parceria estratégica.
A pandemia tem-se espalhado no continente africano, como nos outros sítios, e pode abrandar o crescimento económico a curto prazo, com os sistemas de saúde a serem esticados e os empresários a sentirem os efeitos, mas este impacto não deverá minar os motores essenciais do crescimento a longo prazo, lê-se num relatório divulgado no Fórum Euro-África.
A idade da população ativa, a segunda maior a seguir à Ásia, com jovens instruídos, talentosos e globalmente conectados, vai criar novas oportunidades, ao mesmo tempo que as principais economias trabalham para tornar os seus ambientes empresariais mais atrativos, lê-se no relatório que analisa as relações entre a Europa a África.
As 10 maiores economias melhoraram significativamente as pontuações sobre o estado de direito nos indicadores de governação do Banco Mundial nos últimos 10 anos, melhorando as pontuações agregadas em 15 pontos percentuais e o ‘ranking’ sobre a facilidade de fazer negócio melhorou 11 pontos, em média, aponta-se no estudo, que defende uma aproximação mutuamente benéfica entre os dois continentes.
No mundo pós-covid-19, África e Europa podem reforçar mutuamente os laços económicos, financeiros, políticos e culturais para capturarem novas oportunidades e lidarem com desafios comuns em conjunto, salienta-se no texto.
O documento defende que está na altura de elevar a relação para um novo nível baseado numa parceria de iguais visando a prosperidade partilhada.
Para os autores do relatório divulgado durante a realização do Fórum Euro-África, que decorre em formato virtual e que termina hoje, sexta-feira, a importância estratégica da Europa para África será ainda mais significativa no final da pandemia, já que para os países africanos vai ser necessário sustentar e acelerar as exportações para garantir emprego, reservas em moeda externa e desenvolvimento socioeconómico em geral.
A experiência da União Europeia, concluem, será um ponto importante para a União Africana, na medida em que pode servir de modelo e enquanto apoio para a aplicação da integração regional por todo o continente.
O Fórum Euro-África, no seu programa inclui uma mensagem do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e uma intervenção do antigo presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso.
O encontro virtual, organizado pelo Conselho da Diáspora Portuguesa em parceria com a Câmara de Cascais, inclui uma conversa entre os Presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e do Gana, Nana Akufo-Addo, moderados pelo editor de África do Financial Times.
O Fórum irá juntar numa plataforma digital os maiores protagonistas da mudança dos continentes africano e europeu, nomeadamente empresários, ativistas, líderes e decisores públicos e privados e todos aqueles que têm vindo a contribuir para a construção de um diálogo positivo entre os dois continentes, referiu a organização.