Pelo menos seis manifestantes raptados em Tripoli
Pelo menos “seis manifestantes pacíficos” foram raptados em Tripoli no domingo durante protestos contra a deterioração das condições de vida, indicou hoje a organização não-governamental (ONG) Amnistia Internacional, pedindo a “libertação imediata” de todos os detidos.
Durante essa mesma tarde, “alguns” manifestantes foram feridos a tiro por uma milícia aliada ao Governo de Acordo Nacional (GAN), reconhecido pela ONU, adiantou num comunicado a ONG, que diz ter recolhido numerosos testemunhos e analisado vários vídeos.
Os líbios estão exaustos por anos de conflitos e manifestações contra as más condições de vida e a corrupção realizam-se desde domingo, nomeadamente na capital Tripoli, sede do GAN.
Os principais confrontos ocorreram no primeiro dia, quando homens armados abriram fogo para dispersar a multidão, causando feridos.
Segundo a organização de defesa dos direitos humanos, os tiros de homens “com uniforme de camuflagem militar” começaram por volta das 19:30 locais (18:30 em Lisboa) e continuaram até às 21:00.
Durante estes incidentes, pelo menos seis pessoas foram raptadas num bairro de Tripoli controlado por uma milícia que opera sob a tutela do Ministério do Interior do GAN, de acordo com a Amnistia. A sua localização é “desconhecida”.
Esta “deve ser imediatamente comunicada” e todas as “pessoas detidas devem ser libertadas”, disse a directora adjunta da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e o Norte de África.
Diana Eltahawy apelou ao GAN para realizar “um inquérito aprofundado, imparcial, independente e transparente sobre o uso excessivo da força”. Os responsáveis “devem prestar contas”, adiantou.