Deputado sul-africano defende mais acção da SADC na região

O responsável da Defesa no maior partido da oposição na África do Sul defende que a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral,SADC, deve garantir a estabilidade na região, e ter maior intervenção face à insurgência em Moçambique.
Se a SADC leva a sério a região e o seu papel na região, deve absolutamente decidir o que fazer em Cabo Delgado, disse o deputado Kobus Marais.
Segundo o ‘ministro sombra’ da Defesa da Aliança Democrática, na Assembleia Nacional sul-africana, está agendada uma cimeira da SADC, “e onde se espera que o desastre em Cabo Delgado e as ameaças dos insurgentes serão discutidos e aprovada uma resolução apropriada”.
Nesse sentido, o político sul-africano disse que uma missão especial “multipartidária” da SADC deveria deslocar-se a Cabo de Delgado, salientando que a maior necessidade de Pretória neste momento “são informações credíveis e confiáveis, que parecem não atender aos requisitos rigorosos“.
Esperemos que seja aprovado o envio de um enviado especial a Cabo Delgado para apuramento de factos, e que façamos parte do enviado especial multipartidário, salientou.
Para Kobus Marais, que tem instado na Assembleia Nacional a ministra da Defesa a pronunciar-se sobre os riscos regionais do conflito armado em Cabo Delgado e a presença de “células” do ISIS (Estado Islâmico) na África do Sul, “qualquer intervenção [militar sul-africana] deve envolver, e de preferência ser, uma iniciativa da SADC que deve considerar a segurança e estabilidade da região e dos países da região”.
Existe uma força de intervenção da SADC que está operacional no Leste da RDCongo [República Democrática do Congo] como parte da Brigada de Intervenção da Força da Monusco, adiantou o deputado do maior partido da oposição na África do Sul.
Se e quando as forças armadas da RSA [República da África do Sul] forem destacadas, deve ser em primeiro lugar para proteger os nossos próprios interesses de estabilidade económica e política, em segundo lugar prestar ajuda humanitária, e em terceiro, prestar assistência a Moçambique com base nos seus pedidos à RSA de ajuda e assistência, afirmou Kobus Marais.
De acordo com o deputado, “devem ser intervenções sancionadas pela SADC, União Africana e Organização das Nações Unidas”.
A África do Sul e os nossos ministérios relevantes devem considerar seriamente o aumento das medidas de segurança nas nossas fronteiras com Moçambique, Zimbabué e Suazilândia para prevenir qualquer movimento transfronteiriço indesejado e ilegal de pessoas e bens, adiantou.
Os chefes de Estado e de Governo da SADC reúnem-se para a sua 40.ª cimeira anual, na segunda-feira, altura em que a Tanzânia entregará a presidência rotativa da organização a Moçambique.
O Instituto de Estudos de Segurança (ISS) da África do Sul defendeu na quinta-feira uma intervenção “urgente” da SADC e da União Africana, presidida pela África do Sul, para travar o conflito armado na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.