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Namíbia rejeita oferta alemã de compensação por genocídio

Namíbia rejeita oferta alemã de compensação por genocídio

A Namíbia considerou “inaceitável” a oferta da Alemanha sobre as reparações pelo genocídio dos grupos étnicos herero e nama pelas tropas coloniais alemãs. Berlim compromete-se a pedido de desculpas e continua a negociar.

O Presidente da Namíbia, Hage Geingob, considera que as reparações oferecidas pela Alemanha pelo genocídio dos grupos étnicos herero e nama na sua então colónia no início do século 20 são “inaceitáveis” e precisam de ser “revistas”.

“Continuamos determinados a completar esta missão-chave”, disse Geingob, no final de uma reunião com o enviado especial para as negociações com a Alemanha, que já duram há cinco anos.

Pouco antes, o Governo tinha emitido uma declaração com a sua posição sobre o estado das negociações, especificando que a oferta da Alemanha, actualmente em cima da mesa, “ainda não é aceitável” para a Namíbia.

“A actual oferta de reparação feita pelo Governo alemão continua pendente”, disse a Presidência da Namíbia, embora sem divulgar detalhes específicos sobre a proposta.

Pedido de desculpas

A Namíbia salientou que a Alemanha se recusa a falar de “reparação” nestas negociações, palavra que também foi evitada durante as negociações do país com Israel após o Holocausto.

A Alemanha recorreu à fórmula “cicatrização de feridas”, considerada inadequada pela Namíbia. Os dois países estão agora a trabalhar num quadro de acordo que fala de “reconciliação”.

Berlim comprometeu-se, contudo, a pedir desculpas incondicionais pelo massacre dos grupos étnicos namibianos.

Compensação monetária

No que diz respeito à compensação, a Namíbia está a fazer progressos na identificação e orçamentação de vários projectos que o país necessita em áreas como o abastecimento de água, electrificação rural, estradas, habitação, educação ou desenvolvimento agrícola, entre outras.

Geingob instruiu o seu negociador, o embaixador Zed Ngavirue, a requerer de Berlim uma proposta reformulada.

Apesar dos progressos nas negociações, Berlim não prevê o pagamento de indemnizações individuais, ao contrário das exigências dos representantes dos povos herero e nama, que apresentaram uma queixa contra a Alemanha em Nova Iorque em 2017.

 

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